quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Gruff Rhys

Esse é o nome do vocalista e, digamos assim, líder do Super Furry Animals, que tem uma carreira solo tão interessante quanto seu trabalho com a banda, e que merece ser divulgado.

Em 2005 Gruff lançou seu primeiro trabalho solo, Yr Atal Genhedlaeth, todo cantado em galês, no qual toca todos os instrumentos, e que, como suas demais empreitadas, traz um pop de primeira, com fortes traços de psicodelia.



Em 2007 veio Candylion, um pouco mais pop, produzido por Mario Caldato e com algumas gravações feitas no Brasil, contando inclusive com a participação de Kassin em algumas faixas.





Esse disco tem, aliás, uma faixa composta em homenagem ao nosso Ronaldinho, o Gaúcho, o melhor ET que já jogou futebol nesse planeta, e que nessa época ainda jogava bola pra valer!



O próximo solo, Hotel Shampoo, está prometido para o início do ano que vem, e já gera grande expectativa. Vejam o teaser e o clipe do primeiro single (muito bacana, por sinal).





Gruff é tão figura, que por conta de suas passagens pelo Brasil, deu início a uma empreitada para localizar um parente distante na Patagônia, o qual foi um artista de relativo sucesso no País de Gales durante a infância de Gruff. Trata-se de RENE GRIFFITHS, que subia no palco montado em um cavalo, vestindo um poncho e cantava uma música folk em castellano, mas com forte acento galês.

Essa aventura gerou o filme Separado, que mostra a peregrinação de Gruff pela patagônia, passando pelo Brasil, na busca de suas raízes e de seus parentes distantes. Para quem não sabe, existe uma "grande" colônia galesa na Patagônia Argentina, cuja história é contada no filme. Aliás, a imprensa definiu o filme como o encontro de Buena Vista Social Club com Star Treck em um western psicodélico musical galês. Segue o treiler:



As cenas de Gruff tocando, vestido com seu capacete dos Power Rangers, para os velhinhos galeses nas vilas argentinas deve ser impagável (o DVD já foi lançado na Inglaterra - região 2 - e ainda conseguirei este filme).

Em 2008 gravou com o produtor de hip hop americano Boom Bip o primeiro disco do projeto Neon Neon, um disco super pop e com diversas participações especiais (de membros dos Strokes, rappers como Spank Rock e o doidaço mor Har Mar Superstar). O projeto é conceitual, baseado na vida de John De Lorean, o criador do carro imortalizado nos filmes da séria De volta para o futuro. O álbum fez relativo sucesso no exterior e rendeu uma indicação ao Mercury Prize (prestigiado prêmio da crítica musical britânica), e trouxe o grupo ao Brasil para o extinto Tim Festival.





2009 deu ao mundo uma nova amostra do trabalho de Gruff. Dessa vez um disco gravado com o brasileiro Tony da Gatorra. Para quem não conhece, Tony é um gaúcho que ganha a vida consertando aparelhos de VHS e televisões, e que ficou conhecido por inventar um instrumento chamado Gatorra, que nada mais é do que uma mistura de guitarra com bateria eletrônica. O álbum foi gravado em poucos dias, parte em São Paulo, parte em Cardiff, e lançado lá fora no ano passado. Não se trata de um disco fácil, e confesso que gosto apenas das músicas cantadas por Gruff. As músicas cantadas por Tony valem por pela curiosidade e o discurso "comuna parado no tempo" do brasileiro não deixa de ser uma boa piada.





Vale também apresentar as participações de Gruff em projetos alheios, como o último dos Gorillaz e o derradeiro álbum de Sparklehorse.



Para quem não conhece Sparklehorse, trata-se de uma banda de rock alternativo americana, praticamente desconhecida no Brasil, mas que já fez a cabeça de muito gringo, como, por exemplo, Thom Yorke, do Radiohead, com que chegaram a tocar no final dos anos 90. O líder do Sparklehorse, Mark Linkous, colocou fim a sua vida em 6 de março deste ano, mais ou menos ao mesmo tempo em que saia o disco The darck night of the soul, gravado em 2009 em parceria com Dangermouse (produtor de Gorillaz e metade do Gnarls Barkley, dentre outras participações e projetos), e com participação do cineasta David Lynch nos vídeos e nas artes gráficas. O disco contou com diversas participações especiais, como Iggy Pop e Julian Casablancas dos Strokes, e ficou engavetado por quase um ano por divergências legais entre Dangermouse e a gravadora. Como curiosidade, vale saber que o disco chegou a ser lançado, junto com um livro, mas o que vinha dentro do caixinha era um CD-R em branco com a seguinte frase de incentivo: "use como quiser".



Pra finalizar, Gruff nas palavras de Kassin, que destaca o profundo conhecimendo do galês sobre a psicodelia turca.

"sábado, 25 de outubro de 2008

Gruff

Entrevistei o Gruff agora há pouco, vocalista do Super Furry Animals e do Neon Neon, a essa altura ele já é habitué do festival e do Brasil. O Super Furry já mixou aqui, Gruff tambem já mixou aqui o seu disco solo Candy Lion, os dois com Mario Caldato, o mestre.

Gruff é um grande colecionador de discos, já fomos um na casa do outro, somos amigos e sempre indicamos discos um ao outro. Transcrevi aqui os trechos, brevemente.

Antes de começarmos liguei para o Mario para ele falar com Gruff, e pedi a ele a primeira pergunta da entrevista que foi:

MC: Qual o primeiro disco que você comprou na vida e com que idade?

GR: Foi “Ail Symudiad" um single da música “Wisgi a Soda" (Whisky e Soda).

K: Queria que você indicasse seu top 5 de rock psicodélico turco.

GR:
1 - Erkin Kooray
2 - Elektronik Turkler
3 - Selda’s Greatest Hits
4 - 3 Hurel
5 - 2023 by Baris Manco

Eu queria transcrever na integra o papo, mas fica um pouco difícil aqui. Falamos das gravações que ele fez com Diego Medina e Toni da Gatorra, do Rio Grande do Sul. Com Diego Gruff gravou uma faixa e com Toni um disco inteiro, que ainda não mixou. Vou depois disponibilizar o áudio da entrevista pra quem quiser ouvir. Aliás, vale a pena ouvir Gruff falando, ele é do País de Gales e seu sotaque e o tempo pra falar são impagáveis."

Em tempo, e pra tirar uma onda, Gruff foi eleito pela revista inglesa NME como a 44a. pessoa mais cool de todos os tempos. Vejam o que ele achou:



É isso. Sem querer ser piégas, quero apenas compartilhar com vocês minha alegria e felicidade em apresentar, ou ressaltar, o trabalho de um dos artistas mais inquietos e instigantes que já conheci.

Con cariño,

Cheers!!!

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