terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Efeito retardado

Impressionante, demorei quase 35 anos para conhcer essa pérola abaixo.





Quanto mais pesquiso sobre punk, proto punk ou pós punk, mais gosto tomo pelo assunto!!!

Quem tem pressa come Crue

Poucas bandas são tão divertidas!

Pra lembrar da minha fase hard rocker!

A formação clássice é mais explosiva, mas essa fase com John Corabi nos vocais também era bem bacana.


Moptop



Faz tempo que está difícil ouvir alguma coisa nova decente no rock brasileiro.

Acho que o Moptop foi a última banda que achei bacana.

Emula Strokes até o osso, mas ainda assim garante um pouco de diversão.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

E o Oscar não vai para ...



Assissti a apenas 5 minutos da transmissão do Oscar, ontem à noite.

O suficiente para cair na gargalhada e quase perder o sono.

Mas não é que o Carlinhos Brown consegui perder o Oscar de melhor canção original para o Sapo Caco!!!!

Honestamente, a música do grande Brown (e de Sérgio Mendes, etc) era infinitamente superior à sua única concorrente, agora, ufanismos e ditaduras do politicamente correto à parte, foi engraçado de mais!!!

Só lamentei por um único motivo, admito que estava muito curioso para ouvir o discurso dom bom baiano.

Olha a ÁGUA!!!!!!!!

Maldição

O pós carnaval foi marcado pela companhia de um livrinho espetacular.

O livrinho, no caso, é A Onda Maldita - Como Nasceu A Fluminense FM, de Luiz Antonio Mello.


A Fluminense FM, para quem não sabe, foi a primeira rádio no Brasil a dedicar sua programação ao rock and roll.

Mas não foi só isso - e olha que isso não é pouco -, a Fluminense se destacou por mudar o status quo das transmissões de rádio na época, não tocava parada de sucessos, praticamente só tinha locutoras mulheres, era completamente anárquica e fazia o que chamavam de rádio de guerrilha.

Além disso, conseguiram satisfazer as necessidades de um público jovem e carente de programação segmentada, além, é claro, de participarem ativamente do início da geração do rock brasileiro dos anos 80.

O livro é uma pequena jóia, pois se trata de uma biografia da Maldita - alcunha da rádio - escrita por seu idealizador e diretor, e além do mais é um interessante retrato da época (1981 a 1985).

O livro está esgotado (o meu foi complrado em um sebo), mas aparentemente terá uma nova edição em breve, para comemorar os 30 anos da rádio (março de 1982).

Aqui, o áudio dos primeiros momentos da transmissão da rádio com a "nova" programação:

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Uma notícia boa, outra ruim!!!

A boa é essa aqui:



Agora em março a Toda Poderosa Nação Zumbi lança em DVD, CD e LP seu ao vivo em Recife, gravado no finald e 2009 no Marco Zero de sua cidade natal. 80.000 pessoas na platéia e participações especiais de Fred 04, Arnaldo Antunes e Paralamas do Sucesso.

Em primeiro lugar, a Nação merecia um registro de show em casa, o que deve fazer toda a diferença, e ainda creio que será um belo contraponto ao excelente DVD Propagando, gravado no eterno Palace em São Paulo.

Na real, a notícia não é boa, é excelente!!!

Já a ruim, reside no fato de esse lançamento poder adiar um pouco mais o disco de inéditas gravado com produção do Kassim, agora resta esperar.

Abs e bom final de semana.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Ah, a maturidade!!!

Depois de 15 anos os caras resolveram botar as diferenças de lado e partir pra camaradagem.

Noel falou até da possibilidade de fazerem um disco juntos (vai lá no Trabalho Sujo que o Matias conta mais).

E por falar no Blur ...

Sente só a quebradeira no Brit Awards, onde foram os grandes homenageados, recebendo um prêmio por sua inestimável contribuição à música britânica.

Peguei os vídeos no Trabalho Sujo.





Graham Coxon

Enquanto o Blur vai, aos poucos soltando novidades, esse disco novo do Graham Conxon promete!







E essa pegada meio kraut:

Nova do PIL

E não é que, depois de 20 anos, saiu uma música nova do PIL:



Nome e pegada jamaicana. Eu gostei!

Claro que a banda já teve seu auge, mas é melhor que a maioria das coisas novas que tem por aí, e essa formação está nos casos, isso é inegável!


A música sai num EP em 21 de abril, para o Record Store Day, o disco sai em 28 de maio.

Diário de um Carnaval

Quem acompanha o blog sabe que escrevo pouco, quase nada para ser sincero, sobre minha vida pessoal.

Acontece que esse feriado de Carnaval foi tão proveitoso em termos culturais que não deu para não postar aqui um breve diário:

O pré carnaval começou bem, com a leitura da autobiografia do Gordom Ramsay, o chef celebridade britânico que ficou conhecido por suas estrelas no Michelin e sua delicadeza escocesa.


O livro, claro, não é nenhuma obra prima, e mesmo entre livros escritos por chefs, passa longe da qualidade dos livros do Anthony Bourdain, por exemplo. Ainda assim, a leitura é fácil e ágil, sem muitas delongas sobre a infância (difícil). O melhor do livro, na minha opinião, são os capítulos dedicados ao início de carreira e toda a luta para estabelecer um negócio próprio. No mais, nada muito interessante, e aqui admito que o capítulo dedicado ao irmão viciado passou longe de ser atrativo de leitura.

Uma pausa para os dois anos de minha filha e chega o final de semana.

De carnaval mesmo, apenas uns 15 minutos do desfile da escola Pérola Negra, da Vila Madalena, afinal, o enredo versava sobre minha querida Itanhaém (bom, a escola acabou sendo rebaixada, mas isso são outros carnavais, certo?).
A trilha sonora ficou mesmo por conta das crianças, e acabou prevalecendo um playlist dos Gorillaz e outro com marchinhas de carnaval.

Esse foi o hit do feriado:



Seguido de perto por esse:



Mas Tudo começou a pegar fogo mesmo com o artigo do Álvaro Pereira Júnior na Folha de São Paulo do sábado, que me instigou a baixar um app no IPad e começar a ouvir, quase ininterruptamente, a BBC6, ou 6music, para os íntimos.


A programação da rádio é incrível (parece um Ronca Ronca 24hs por dia). E ainda consegui pegar um programa apresentado pelo Don Letts (não conhece? Então procura na interne, vai!).

De volta ao Brasil, a folia também estava mesmo nas páginas dos livros, e o feriado foi dedicado a outro livro, dessa vez de Alberto Villas, jornalista e escritor.


Afinal, o que viemos fazer em Paris? é um relato autobiográfico do auto exílio imposto pelo autor, ao deixar, no início da década de 70, Belo Horizonte pela capital francesa. Formado por quatro partes, o livro é feito de pequenos fragmentos de memórias, o que torna a leitura bastante ágil, isso sem falar na qualidade do projeto gráfico. Nem o discurso anti ditadura, altamente batido, mas dentro do contexto histórico, torna a leitura chata.

A primeira parte, fragmentos da vida real, traz breves relatos sobre memórias da vida de um brasileiro em Paris nos anos 70.

Na segunda, saudade do Brasil, o autor relembra de objetos, produtos, comidas e lugares dos quais tem saudades no exterior. Francamente, a não ser que o leitor não tenha a mínima idéia do que se tratam os temas dessa segunda parte, sua leitura é totalmente indispensável, como de fato dispensada foi.

A terceira parte, trilha sonora, é dedicada aos discos, na grande maioria de música brasileira, recebidos pelo correio, comprados por lá mesmo, ou gravados em fitas K7. Muito bacana ver como a música foi parte essencial da vida de Alberto Villas, elo de ligação com o Brasil e forma de suportar da dura vida de imigrante. Isso sem falar do retrato fiel de uma época em que se comprava, ouvia discos.

A quarta e última parte, talvez a mais interessante, estilhaços de cartas na mesa, é composta de fragmentos de cartas enviadas ao Brasil. Aqui não são apenas memórias, mas a letra fria do momento. E não é que em uma carta de 20 de agosto de 1979 Villas conta sobre a experiência de um show do nosso mais que querido PIL em Londres? Abre aspas: “Fui a Londres e vi o show do Public Image Ltd, a nova banda do Joãozinho Podre dos Sex Pistols. Nunca tinha visto nada igual, um show muito louco.” O disco do PIL, aliás, é uma das bolachinhas gringas que ele menciona nas cartas trazer para o Brasil.

Em resumo, um livro bacana, interessante mesmo, e fácil de ler numa casa cheia de crianças brincando e pessoas vendo televisão após o por do sol, e antes de uns e outros episódios de Monty Phython Flying Circus.



Pausa nos livros para colocar em dia a pilha de DVDs da estante. Sangue Negro foi o eleito. O filme é ótimo e Daniel Day-Lewis é – não encontro outra palavra – foda!



Outro ponto alto veio de uma dica do Ronaldo Evangelista, no videocast Vintedoze () anterior ao carnaval, que resultou na leitura de um conto do Julio Cortázar, tirado do livro As armas secretas.


Nem vou adiantar muito, mas o conto, intitulado o Perseguidor, dedicado a Charlie Parker, narra a relação entre um jornalista/crítico musical/biógrafo e um músico de jazz/biografado. Muito bom mesmo, afinal de contas Cortazár é de altíssimo nível, e a cereja no bolo é uma passagem que trata sobre a passagem do tempo.

Esse conto ainda resultou em um disco, do argentino Ruben Barbieri, e um filme, que deverão ser degustados até o próximo final de semana, depois conto para vocês.




Ainda deu tempo de ler a matéria principal da MOJO com o New Order na capa.
Para fechar a tampa, uma passada de olhos em DVDs do programa do Jools Holland.


E que venha o próximo feriado, e que seja tão prolífico quanto esse.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Jimi hendrix - Sgt Peppers

Vi esse vídeo hoje no blog do Ronca Ronca.

A história não é nem um pouco desconhecida, mas vale a pena ser contada de novo:

No dia primeiro de maio do 1967, os The Beatles lançaram um tal de Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band.

Apenas três, repito, três dias depois, um tal de Jimmy Hendrix fez um show em London Town.

Quem estava na platéia? Uns tais Paul McCartney e George Harrison!

E olha a música que o Jimmy tocou:


God Save The Queen!!!

Tenho alguma conexão meio inexplicável com a terra da Rainha.

A cerveja, o futebol, cinema, literatura e, principalmente pela música.

Estive apenas duas vezes em Londres (e apenas por lá), uma em 1990 e outra em 2009. Por mim, iria todo ano. Londres por si só é um universo maravilhoso e complexo, mas ainda farei uma viagem completa por Escócia, Gales (só por causa dos Super Furry Animals) e Irlandas, isso sem falar em Manchester, Liverpool e Bristol.

Ao mesmo tempo, não me iludo ao ponto de achar que tudo é absolutamente maravilhoso, mas tem horas que realmente dá uma vontade louca de viver por lá:

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Cigarro

Mais um texto "na mosca" do André Forastieri:

"Não fume e não encha

A nova edição da revista Trip dedica a maior parte de suas páginas a uma cantilena contra o tabaco. Como se fosse disso que precisamos: a tia beata puxando nossa orelha. Não tem um desgraçado no planeta que não saiba que cigarro faz mal. Informação a respeito não falta. A nova Trip é desperdício de celulose. Olha a sustentabilidade aí!

Quem fuma sabe o que faz. Se não sabia, agora aprendeu nos maços com as fotos das pernas amputadas, pés gangrenados, filhos chorando a morte dos pais ainda jovens etc. Sabe com a cabeça, não com o coração, claro. Mas isso vale pra todas as decisões que tomamos hoje e vão nos ferrar amanhã. O ser humano foi treinado pela evolução para investir no hoje e deixar o amanhã para amanhã. Somos animais. Civilização é planejamento, conflito e repressão.

A Trip sempre quis dar uma no cravo e outra na ferradura, o que é explícito no discurso feminista com vendas puxadas por meninas peladinhas. Dispenso a pregação e aprovei a ninfetinha desta edição. A Trip faz campanha contra o tabaco e apóia a descriminalização da maconha. Não aceita propaganda de cigarro, mas nesta mesma edição publica duas páginas de anúncio de bebida. Bebida faz bem? Mata quantos por ano? Quantas homicídios são embalados por álcool? A nova Trip também tem um anúncio de automóvel. Quantas pessoas morrem em acidentes todos os anos? Quanta fumaça de escapamento emporcalha nossos pulmões? Cadê a edição contra a bebida e os carros?

Eu fumei um maço por dia durante dezoito anos e parei há catorze. Hoje só fumo quando tomo uns tragos, e se for com algum amigo fumante, reativo a chaminé, e pago em ressaca de nicotina dia seguinte. Vai bem com álcool, como comidas gordurosas e humor grosso. Nada que faça bem, engrandeça o espírito ou contribua para o progresso da nação - e daí?



Tenho grande simpatia pela Trip e nenhuma pela indústria do tabaco (que é podre, mas não ilegal, e faz bem menos estrago do que outras supostamente mais respeitáveis). Mas temos uma diferença ideológica irreconciliável. A Trip acredita que o problema está com você, e que se cada indivíduo tiver força de vontade, informação, estímulo econômico e espiritual para mudar, a transformação acontece. Eu acredito que a solução está com todos nós, na defesa radical do máximo de liberdade pessoal, e impingindo o máximo de responsabilidade ao coletivo.

Eu quero socializar os pepinos. A Trip privatiza a alternativa. Na mesma edição, J.R. Duran diz que embora a calçada não faça parte da rua, ele não se incomoda de cuidar dela. E Ricardo Guimarães defende que cigarro tem que ser proibido mesmo. Eles e outros colaboradores e jornalistas da Trip são nomes que honram qualquer expediente. Mas esse papo me incomoda. Como essa desconversa de tentar emplacar bicicleta como big solução para a poluição automotiva. Ou proibir sacolinha plástica de repente, sem colocar nada no lugar.

O amigo André Barcinski outro dia resumiu bem. Proibir beber e dirigir é só dar uma canetada. Investir em metrô e ônibus que funcionem de madrugada nas principais áreas de balada, o que custa dinheiro e dá trabalho, os políticos não querem nem saber, e a população e imprensa nem pensa em cobrar.

Enquanto aplaudirmos esses factóides autoritários e proibições carolas, que pentelham a vida do cidadão comum sem transformar institucionalmente a coletividade, estamos fingindo que as coisas mudam para mantê-las do mesmo jeito. É uma postura conservadora, não transformadora. Não quer fumar, não fume. Mas não encha."

Essa juventude sônica ...

Aos poucos o fim do Sonic Youth vai rendendo seus filhotes.

Gostei bastante!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Que demais!!!

Vi no Trabalho Sujo, faz um tempão, até achei que já tinha publicado.

Carving the Mountains from Juan Rayos on Vimeo.


Barcelona let's GOW! from Marta Guillen on Vimeo.


O primeiro é em Madrid, o segundo em Barcelona, e só nos resta ficarmos depressivos por morarmos em São Paulo.

Hino pop

Que saudades!!!

Ontem passei aqui perto.


Ainda que da estrada, o turbilhão de lembranças foi tão intenso que até doeu!

Itanhaém, no litoral sul de São Paulo.

Esse foi o local onde passei a maioria das férias de minha infância.

Exatamente entre o rio e o mar (a Prainha, para ser mais preciso).


Sou muito grato por isso fazer parte de minha história, e lamento por meus filhos não poderem viver experiência semelhante.

Esse aqui é um dos meus lugares preferidos da vida toda:


Saudade realmente é uma palavra que só existe na língua portuguesa!!!

Abs.

Santa ignorância Batman!!!

Peguei lá no Tico tico, o blog do Ronca Ronca:

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Diva na estrada

Já já sai o novo disco da Céu, Caravana Sereia Bloom.

Na real, na internê já saiu, é só procurar direitinho.

O disco é bom, confiem!!!

Do contra

Será que sou a única pessoa no mundo que curte esse disco do Neil?


Confesso que me iniciei tarde na obra do velho Neil, há pouco mais de 10 anos.

Mas o vício é frenético!!!

Obs: O único artista que me tirará de casa esse ano para um show grande (e de festival ainda por cima), caso venha mesmo para o SWU (será que com a Crazy Horse?).

E esse disco é renegado pelos fãs e, talvez, até pelo próprio Neil - se bem que eu duvido que Ele se arrependa de algo que tenha gravado -, mas eu adoro.

O disco também faz parte de uma fase muito conturbada de sua carreira, pois havia assinado um grande contrato com a Geffen, e após produzir um disco de country ultra mega roots, um disco de rockaabilly e esse Trans, foi processado pela gravadora por não manter uma linha autoral que seguisse os trabalhos (mais que clássicos) anteriores.

É claro que ele ganhou o processo.

E esse Trans é um disco realmente alienígena na obra do Mestre. Feito sob certa influência da new wave, com vários elementos eletrônicos e sintetizadores. Na minha opinião há muito de Kraftwerk e Devo, esta última, banda de quem Neil se aproxinou muito alguns anos antes do lançamento do disco. Ainda assim, é muito Neil Young, e tem até umas linhas de lap steel aqui e ali.

Enfim, acho que é uma pérola a ser ouvida com cuidado e fones de ouvido. Esse disco não pode ser relegado à vala comum do synth pop/rock dos anos 80.






Essas duas músicas são do DVD Live Trans, gravado, não coincidentemente, em Berlin. A próxima - apenas o áudio do disco - é uma das mais convencionais do álbum, mas ainda assim acachapante.


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Bjorkestra

5 minutos

Cinco minutos que mudam a história de um disco, de uma banda, de um gênero musical, ou mesmo de toda a música.

Esse foi o tempo que essa música demorou para ser composta.

Última a entrar no álbum, acabou por dar nome a esse e foi o primeiro single, aliás, o único single dessa que é uma das bandas mais geniais de todos os tempos!


Espelho, espelho seu ...

existe, atualmente, mulher tão bela quanto a Camille Belle?


Eu duvido, Bela até no nome!

R.I.P.

Vá em paz, grande brado cheirador de calcinhas!!!!

Um cara como esses faz muita falta à música brasileira!!!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Billy Childish

El Hirschman

Já escrevi antes aqui sobre o Felipe Hirsh, mas a coluna dele no O Globo de hoje foi reveladora:


'Felipe Hirsch - Pop cult 73
Jack White, dos White Stripes, escreveu com caneta pilot o nome Billy Childish no seu braço, em letras garrafais


Todo dia de manhã, eu penteio as pontas do meu bigode para cima em homenagem a ele. E falo pro espelho: Billy Childish. Ele gravou mais de 80 discos em trinta anos, mas nesse exato momento pode estar gravando mais quatro, então isso não importa. Até pouco tempo, em Nova York, você poderia ver algumas de suas pinturas numa retrospectiva. Ele é bastante prolífico nesse campo também. Poeta, escreveu quase 50 livros, alguns em prosa. Sim, ele fotografou, fez inumeráveis filmes em Super-8, editou fanzines, formulou centenas de manifestos e já escreveu três ou quatro autobiografias que contam sobre sua dislexia, suas paixões e sobre o abuso sexual que sofreu com 9 anos. Na capa do single dedicado a essa terrível história, o homem que cometeu o crime. Em uma das primeiras colunas aqui, pedi atenção para obra do defensor do amadorismo, o multiartista Billy Childish, tido como o mais consistente e complexo artista inglês desde, desmaiem, Francis Bacon.

Algumas entrevistas de Childish carrego comigo assim, na memória, como os clássicos livros de entrevistas de Francis Bacon com David Sylvester. Leio, quase constantemente, as entrevistas de Bacon dadas no número 7 da “Reece Mews”, em Kensington. Aliás, o livro de fotos do aparentemente caótico estúdio do artista é um dos meus tesouros. “Incunabula” (latim para “berço”), o livro que detalha esse conteúdo de referências, também. Fui até a Hugh Lane Gallery em Dublin para vê-lo, o estúdio doado, de perto. Era época de férias na galeria. Chorei sobre três pints de Timothy Taylor, ainda aceitei uma dose de Jameson e só depois me lembrei que não bebo. Billy Childish seria mais uma cria da Saint Martin’s School of Art. Foi aluno convidado por sua genialidade. Mas foi expulso dali muito cedo pelo mesmo motivo. Sua alma desesperadamente criadora e concentrada o sofisticou demais para a cultura de massa, dizem. O jovem Childish experimentou o punk, o bluegrass, a música clássica. Teve incontáveis bandas e um círculo de admiradores. Entre eles, Jack White, dos White Stripes, que escreveu com caneta pilot o nome Billy Childish no seu braço, em letras garrafais. Seu ídolo, por sua vez, não fez nada além de desprezar o talento do famoso fã. Revoltado White, absurdamente, o acusou de plágio! A resposta de BC foi ainda mais dura e irônica: “Eu confesso que acho um pouco desagradável esse menino me acusar de plágio, simplesmente porque ele ama meu trabalho e não foi correspondido. Tudo nele cheira a ciúme. Eu tenho uma coleção de chapéus maior, um bigode melhor, um som de guitarra mais borbulhante e um senso de humor altamente desenvolvido. A única coisa que eu não consigo entender é porque eu não sou rico. Atenciosamente, Billy Childish”. Na revista “Vice”, algum tempo depois, BC disse que se ele fosse Jack White, pensaria: “Milhões de pessoas me conhecem e ninguém sabe quem ele é”. E completou: “Milhões não são o bastante? Por que eu preciso gostar dele também?”. Menino, Billy descobriu a música com Lonnie Donagen e Dusty Springfield, mas não foi aceito para cantar no coro da escola porque sofria de uma séria dislexia e era incapaz de perceber a diferença entre tons músicais. Kurt Cobain também amava Billy Childish. O máximo que o ex-menino surdo disse foi: “Quando alguém me diz que o Nirvana era uma banda punk, eu gargalho. Nem os Sex Pistols eram”. Mas não levava o assunto à frente “para não ofender um homem morto, porque talvez um fantasma com raiva seja uma coisa perigosa”. Billy Childish disse ter perdido o interesse por música em 1977. Mas gravou seu primeiro disco de garagem em 1979, quando roubou dinheiro de um amigo e de uma garota que era prostituta. Disse ter pago, um dia, o dinheiro dela. Pela vida, o grande Billy Childish criou tantas bandas que você, fatalmente, se perderá ao tentar reconhecê-las. Algumas, para sua pesquisa são: Pop Rivets, The Milkshakes, Thee Mighty Caesars, The
Delmonas, Thee Headcoats, Thee Headcoatees, Nature Born Lovers, The Musicians of the British Empire, The Chatham Singers , Sexton Ming, The Vermin Poets.

Sua música parece criada e produzida instantaneamente. Ele dá valor ao momento, à intensidade da emoção, ao instinto, à pureza, à confusão, e registra tudo isso no seu minuto. Não supor ta a cultura institucionalizada, o marketing, o jornalismo de arte. Diz detestar pessoas copiando o dadaísmo e pretendendo serem radicais. Por outro lado, em suas palavras, não gosta do cinismo e do jeito pós-modernista. Não quer aceitar, nem ironizar. E nos ensina: “Acreditar é a coisa mais importante, mesmo que seja apenas acreditar no que você está fazendo. E isso deve ser feito com integridade. Eu não gosto da falta de integridade. Porque a criatividade é a melhor coisa que temos e a mais próxima de Deus.” Continua: “Eu fui expulso de uma escola de Arte porque eles diziam: você pode ter isso e isso, se você fizer isso. E eu não me importo de fazer, se isso tiver sentido pra mim, ou se não parecer falso, mas as pessoas são obcecadas por uma vida falsa.” Segue Billy Childish na minha memória: “Eu não concordo que estejamos vivendo nos piores momentos da História da arte. Estamos vivendo o melhor momento para a arte. (...) Este é o melhor tempo pra se fazer arte, porque ninguém quer tomar outra direção. E, como artista, você sempre tem que olhar para outra direção.” U bom momento pra se olhar no espelho e pentear as pontas do bigode. '

Lenda

Bristolians

Dois gigantes, em casa, e com canjinha do Damon Albarn (Blur, Gorillaz, etc.) na escaleta, afinal de contas, ele é o melhor amigo do Robert Del Naja, vulgo 3D, do Massive Attack.

Isso é história!!!

NYC, CBGBs, 1974, 3 músicas, menos de 7 minutos!!!!

Abram alas que o GROOVE vai passar!!!

Vai uma gelada aí?