Para encerrar, ao menos por ora, o capítulo Rolling Stones aqui no blog.
Nesse último final de semana emendei a leitura da autobiografia de Keith Richards com a do livro Exile On Main Street – uma temporada no inferno com os Rolling Stones.
O livro, escrito por Robert Greenfield, ex-editor da Revista Rolling Stone nos anos 70, trata da gravação do clássico álbum Exile On Main Street. Não exatamente em termos musicais, a obra traz, em detalhes, o clima tenebroso da gravação do disco e seus desdobramentos.
A grande equação apresentada pelo livro é: como um disco tão fantástico pode ter sido parido de um período tão caótico?!
Só para contextualizar, no início da década de 70 os Stones estavam com problemas com o fisco inglês e, para fugir de taxas que chegavam a 98% dos lucros, se mudaram para o Sul da França. Durante oito meses a banda tenta gravar um álbum no porão da mansão alugada por Keith Richards, e, como só acontece com os Stones, as histórias mais escabrosas acontecem durante o período (consumo industrial de drogas pesadas, casamentos, traições, assaltos, prisões, etc.).
Quanto ao disco, é tido por muitos como a grande obra dos Stones. Um álbum duplo, recheado de canções de estilos variados – blues, country, gospel – e com uma pegada instrumental matadora, embora não traga nenhum mega hit da discografia da banda.
Não sei dizer exatamente se é o melhor álbum do grupo, mas sem dúvida é o último GRANDE disco dos Stones, fechando uma sequência absurdamente clássica de discos, iniciada em 68 com Beggars Banquet e que contou ainda com Let It Bleed, Sticky Fingers e o próprio Exile (essa, na minha modesta opinião, é a discografia básica e obrigatória dos Rolling Stones, que pode ser complementada com a coletânea de singles gravados e editados pelo selo London e pelos excelentes discos Their Satanic Majesties Request e Some Girls). Não por acaso, essa fase, à exceção de Beggars Banquet, traz o guitarrista Mick Taylor, que substituiu Brian Jones.
O ano passado trouxe diversas homenagens aos 40 anos de Exile On Main Street, com a edição do livro ora comentado, o lançamento do documentário (apenas mediano) Stones In Exile, o relançamento em grande estilo do álbum e, por fim, o lançamento oficial do filme Ladies And Gentlemen.
Sobre Ladies And Gentlemen, trata-se da gravação de alguns shows realizados no Texas durante a turnê de divulgação de Exile. O filme teve, no final da década de 70, uma curta carreira nos cinemas e se tornou, posteriormente, em um dos mais cultuados vídeos piratas dos Stones. A gravação em si não é das melhores, ao deixar de lado a platéia e se concentrar em demasia em Mick Jagger. De qualquer forma, a banda estava tinindo e o tratamento de imagem e som valem a pena.
É isso aí, não deixem de conferir.
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