Aí galera MALUCA!!!!!
Passei o último feriado lendo a autobiografia do Lobão.
Antes de mais nada, cabe um necessário parêntese.
Minha história com a obra do Lobão é a seguinte:
Sem dúvida passei grande parte da minha infância ouvindo as canções do grande Lobo na década de 80. Ainda assim, sua obra não tinha despertado grandes arroubos fanatismo naquele tempo.
Mais ou menos 10 anos depois, já na faculdade, me lembro de descer para o litoral (coisa de paulistano) ouvindo um cd coletânea do Lobão em volume altíssimo.
E só nesse momento pude perceber o quanto todas as canções do disco estavam totalmente impregnadas na minha memória. E o melhor, já com certa maturidade (de gosto musical, inclusive), pude curitr muito mais aquela enxurrada de canções: Cena de Cinema, Me Chama, Revanche, Vida Bandida, Rádio Blá, Noite e Dia, o Roque Errou, Chorando no Campo, Decadence Avec Elegance, Canos Silenciosos, e por aí vai (acho que nem o Lulu Santos tem tantas músicas de sucesso na década de 80 quanto o Lobão!).
A partir dessa coletânea, e é bom lembrar que grande parte da discografia do Lobão estava – e permanece – fora de catálogo, cheguei aos discos Noite (que ganhei de aniversário do meu grande brother Victor) e Nostalgia da Modernidade (comprado a pouco mais de R$ 1,00 na liquidação de fechamento do finado Mappin.
Mas a bomba estourou mesmo quando, passando por uma banca de jornais no centro da cidade, em meados de dezembro de 1999, me deparei com uma revista que vinha acompanhada do novo disco do Lobo, A Vida é Doce.
O disco custava R$ 14,90 e naquele momento não gerou grande expectativa. Ocorre que, ao chegar em casa e colocar a bolachinha para tocar, me peguei completamente extasiado já nos primeiros acordes da primeira canção.
Aquele som me pareceu totalmente “inovador” no momento (ainda acho que é), e ao mesmo tempo era justamente o tipo de música brasileira que eu queria ouvir no momento: pop, climática, densa, doce e furiosa ao mesmo tempo.
O resto da audição não deixou o nível cair e ao final estava totalmente apaixonado por aquele disco.
A qualidade era tanta que me fez revisitar toda sua obra – da qual já gostava muito – com outros olhos.
Acrescente-se também um fator emocional relevante, pois na época eu vivia um momento pessoal particularmente delicado, e o clima do disco (Lobão o gravou durante um momento totalmente pesado, após uma tentativa de suicídio) caiu como uma luva. É importate mencionar aqui que a audição do disco ao longo do tempo, com o devido distanciamento dos fatores emocionais da época, não representou qualquer perda de impacto e qualidade daquele conjunto de músicas aos meus ouvidos.
A partir daí o contato com a obra do Lobão foi ainda maior e mais atento. Pude ver uma apresentação antológica no Centro Cultural de São Paulo, seguiu-se um disco ao vivo e outro petardo sonoro, Canções dentro da noite escura, também vendidos em bancas de jornal, e um polêmico Acústico MTV.
Depois de uma “carreira” como apresentador da MTV e do lançamento do livro, o cantor (ele prefere ser chamado de baterista) parece agora disposto a retomar com força seu ofício na música.
Tomara!
Aliás, não se pode deixar de reverenciar o lançamento do Box 81-91, que traz, em 3 cds, um apanhado de músicas feitas pelo artista no referido período. As canções foram escolhidas pelo próprio Lobão e remasterizadas por Roy Cicalla, que, para quem não sabe, é um lendário engenheiro de som que se estabeleceu recentemente no Brasil e trabalhou em diversos discos lendários, dentre os quais diversos de John Lennon, de quem era amigo e com quem trabalhou no dia em que este foi assassinado (voltava exatamente do estúdio quando foi baleado na porta de casa).
Para mim o Lobão é uma espécie de John Lydon da música brasileira.
Ainda que não tenha revolucionado a história da música, como fez Lydon, quando ainda se chamva Rotten e seus Sex Pistols (e também com o PIL), Lobão foi efetivamente um dos pioneiros da geração que fez explodir o rock no Brasil, nos anos 80, seja como baterista no início da Blitz, seja como artista solo.
Ele também foi um dos primeiros a misturar o formato mais engessado do rock com música braileira (gravou com Elza Soares, tocou com a bateria da Mangueira e por aí vai).
Por outro lado, sempre teve (tem) o controle criativo sobre sua obra, e sempre falou o que pensava (pensa), e pagou caro por isso, assim como Lydon.
Quanto ao livro, posso dizer que gostei bastante, mas com algumas ressalvas.
Os inúmeros capítulos dedicados à infância do autor, ainda que sirvam para compreender melhor a persona, poderiam ser reduzidos à metade ou menos, tornando o início da leitura um tanto quanto arrastado e cansativo (Lobão parece utilizar a feitura do livro para se reconectar e afastar alguns fantasmas do passado).
Agora, a partir do início da carreira musical a leitura fica impagável. São diversas histórias, umas hilárias, outras pesadas, outras bem instrutivas para quem conhece a obra do cantor.
O livro também traz, ao final de muitos capítulos, um levantamento feito pelo jornalista Cláudio Tognolli com as menções feitas na mídia a Lobão nas respectivas épocas. Esse expediente, segundo afirmam os autores, foi utilizado para dar veracidade e confiabilidade às memórias do cantor, mas depois de alguns capítulos passam a ser um tanto quanto cansativos, de modo que pulei a maioria desses anexos (que certamente merecerão uma leitura no futuro, quase como um novo livro).
Outro ponto de interesse, que deixei para um futuro próximo, são trechos de acórdãos (decisões judiciais) proferidos em diversos processos contra Lobão. Nesse caso, o interesse é também profissional, pois, nas “horas vagas” (RS), este blogueiro é também advogado criminalista.
As entrevistas ao final do livro também são bacanas, especialmente as de Elza Soares e Ritchie.
Bom, acho que é isso.
Recomendo a leitura do livro, que, com os devidos cuidados, pode ser bem divertida, e que certamente servirá para que muitos conheçam melhor essa figura intrigante e importante da música brasileira.
Abs. e shu bi du bi du dau dau dau!!!!!!!!!!!!!!!
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
De volta aos trabalhos
Cá estamos!
E para começar a semana, queria compartilhar um som que descobri recentemente.
Há questão de algumas semanas estava eu na casa de um amigo que morou na Espanha por cerca de 3 anos. Junto, estava um amigo espanhol deste meu amigo.
Após conversar um pouco com o espanhol sobre a música pop e tradicional de sua terra, o meu amigo sacou um DVD que me chamou a atenção.
Tratava-se de uma apresentação de um cantante de flamenco, Diego El Cigala, acompanhado pelo lendário pianista cubano Bepo Valdés (pai do Chucho).
Não sei se em razão de minhas origens familiares (50% espanholas) ou pela simples beleza do canto, ou os dois, mas a música flamenca (principalmente a cantada) efetivamente me emociona.
Some-se ao caldeirão flamenco uma cozinha jazzistica e o incrível swing do piano de Bepo Valdés.
O mais incrível é que recentemente vi esse mesmo DVD sendo vendido em uma livraria de São Paulo, o que me faz crer que esse lançamento tenha feito algum barulho.
Impressionante como, mesmo com toda informação consultada sempre somos pegos de surpresa.
E como é bom ser surpreendido por algo até então desconhecido:
E para começar a semana, queria compartilhar um som que descobri recentemente.
Há questão de algumas semanas estava eu na casa de um amigo que morou na Espanha por cerca de 3 anos. Junto, estava um amigo espanhol deste meu amigo.
Após conversar um pouco com o espanhol sobre a música pop e tradicional de sua terra, o meu amigo sacou um DVD que me chamou a atenção.
Tratava-se de uma apresentação de um cantante de flamenco, Diego El Cigala, acompanhado pelo lendário pianista cubano Bepo Valdés (pai do Chucho).
Não sei se em razão de minhas origens familiares (50% espanholas) ou pela simples beleza do canto, ou os dois, mas a música flamenca (principalmente a cantada) efetivamente me emociona.
Some-se ao caldeirão flamenco uma cozinha jazzistica e o incrível swing do piano de Bepo Valdés.
O mais incrível é que recentemente vi esse mesmo DVD sendo vendido em uma livraria de São Paulo, o que me faz crer que esse lançamento tenha feito algum barulho.
Impressionante como, mesmo com toda informação consultada sempre somos pegos de surpresa.
E como é bom ser surpreendido por algo até então desconhecido:
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
A volta dos que não foram!
Dei uma passada aqui só para dizer que semana que vem o blog volta a sua atividade normal.
Janeiro é um mês complicado para quem mora no Brasil!
Festas de final de ano, férias, trabalho, feriado (para quem é de São Paulo), tudo isso junto.
Mas tudo voltará ao normal, com a resenha da biografia do Lobão, posts sobre música da Espanha, Argentina e outras coisas mais.
Até lá e grande abraço.
Janeiro é um mês complicado para quem mora no Brasil!
Festas de final de ano, férias, trabalho, feriado (para quem é de São Paulo), tudo isso junto.
Mas tudo voltará ao normal, com a resenha da biografia do Lobão, posts sobre música da Espanha, Argentina e outras coisas mais.
Até lá e grande abraço.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Muita moral!!!
Segundo apontado hoje no UOL, o rapper paulistano Emicida vai tocar no festival de Coachella na California, um dos mais importantes do mundo!
Pois é, o moleque tá crescendo!
Já disse aqui que ele é, na minha opinião, o artista de rap brasileiro com maior potencial.
Tomara que ele toque com banda!
Pois é, o moleque tá crescendo!
Já disse aqui que ele é, na minha opinião, o artista de rap brasileiro com maior potencial.
Tomara que ele toque com banda!
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
"PolAmyca"
O post do cover da segunda dessa semana vem em edição especial.
Nesse sábado que passou se encerrou a turnê de Amy Whinehouse pelo Brasil e, como não podia deixar de ser, o bafafá foi grande.
Não exatamente pelo estado etílico/tóxico da moça, mas pela qualidade das performances.
Apesar de ter uma ponta de vontade, não fui ao show pois a "tragédia" era anunciada.
Por mais que soubesse que ela iria comparecer aos shows, e acreditasse que os faria de forma relativamente sóbria, o que de fato ocorreu, algo me dizia que faltaria pegada aos shows.
Muito se discutiu se os locais onde os shows foram realizados (em São Paulo, uma arena aberta para 30.000 pessoas) não seriam inadequados. Até acho que sim. Um show dela no Via Funchal (casa para aproximadamente 5 a 6.000 pessoas) sem dúvida seria mais animador. COntudo, a moça está mais do que acostumada a tocar para grandes públicos, e já fez performances elogiadas em festivais como o de Glastonbury.
Na minha opinião, o problema não era o local, mas sim a previsível falta de pegada da diva.
É só assistir ao show do DVD e ver que ela pode entregar coisa muito boa. Todavia, o grande tempo fora dos palcos e todos os perrengues já anunciavam que esses shows serviriam para duas coisas: mostrar que ela ainda tem um pouco de credibilidade (e pode voltar a ser contratada para shows na gringa); e talvez dar uma aquecida na banda para trabalhos futuros.
De qualquer forma, continuo gostando, e muito, do trabalho dela e, ao contrário de muitos, não fiquei saturado.
Para mim, todo o problema gira em torno da pressão para gravar um disco que esteja à altura do Back to Black, o que talvez (provavelmente?) não ocorrerá, não pela falta de qualidade dela, mas sim pelo nível absurdo de acerto do disco.
Vamos aguardar os próximos capítulos - e torcer para que as músicas recusadas pela gravadora sejam um dia lançadas, uma vez que os boatos dão conta de que elas têm uma pegada jamaicana/2Tone, altamente apreciadas nessa "casa".
Bom, como a razão principal do post é mandar uns covers, segue uma listinha de canções clássicas do repertório do jazz interpretadas por Amy. A lista é do Roberto Muggiati, conceituado jornalista de jazz brasileiro, e foi publicada no jornal Estadão de algumas semanas atrás.
E para finalizar, não custa nada dizer que deve ter sido muito divertido ver a frustração da "mauriçada" e dos "famosos" de plantão que achavam que o show dela seria tão "animado" quanto o dos Black eyed peas.
Nesse sábado que passou se encerrou a turnê de Amy Whinehouse pelo Brasil e, como não podia deixar de ser, o bafafá foi grande.
Não exatamente pelo estado etílico/tóxico da moça, mas pela qualidade das performances.
Apesar de ter uma ponta de vontade, não fui ao show pois a "tragédia" era anunciada.
Por mais que soubesse que ela iria comparecer aos shows, e acreditasse que os faria de forma relativamente sóbria, o que de fato ocorreu, algo me dizia que faltaria pegada aos shows.
Muito se discutiu se os locais onde os shows foram realizados (em São Paulo, uma arena aberta para 30.000 pessoas) não seriam inadequados. Até acho que sim. Um show dela no Via Funchal (casa para aproximadamente 5 a 6.000 pessoas) sem dúvida seria mais animador. COntudo, a moça está mais do que acostumada a tocar para grandes públicos, e já fez performances elogiadas em festivais como o de Glastonbury.
Na minha opinião, o problema não era o local, mas sim a previsível falta de pegada da diva.
É só assistir ao show do DVD e ver que ela pode entregar coisa muito boa. Todavia, o grande tempo fora dos palcos e todos os perrengues já anunciavam que esses shows serviriam para duas coisas: mostrar que ela ainda tem um pouco de credibilidade (e pode voltar a ser contratada para shows na gringa); e talvez dar uma aquecida na banda para trabalhos futuros.
De qualquer forma, continuo gostando, e muito, do trabalho dela e, ao contrário de muitos, não fiquei saturado.
Para mim, todo o problema gira em torno da pressão para gravar um disco que esteja à altura do Back to Black, o que talvez (provavelmente?) não ocorrerá, não pela falta de qualidade dela, mas sim pelo nível absurdo de acerto do disco.
Vamos aguardar os próximos capítulos - e torcer para que as músicas recusadas pela gravadora sejam um dia lançadas, uma vez que os boatos dão conta de que elas têm uma pegada jamaicana/2Tone, altamente apreciadas nessa "casa".
Bom, como a razão principal do post é mandar uns covers, segue uma listinha de canções clássicas do repertório do jazz interpretadas por Amy. A lista é do Roberto Muggiati, conceituado jornalista de jazz brasileiro, e foi publicada no jornal Estadão de algumas semanas atrás.
E para finalizar, não custa nada dizer que deve ter sido muito divertido ver a frustração da "mauriçada" e dos "famosos" de plantão que achavam que o show dela seria tão "animado" quanto o dos Black eyed peas.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Tattoo you
Não ia postar nada hoje.
O trabalho e a preguiça me impediam.
Mas aí lembrei de uma concersa que tive com um amigo e com meu irmão ontem sobre tatuagem, e me ocorreu de procurar alguma coisa sobre a próxima pessoa que deixarei riscar minha pele.
Vejo a tatuagem como uma customização do corpo. Afinal de contas, não pedimos para nascer com o corpo que temos e, portanto, nada nos impede do o adornarmos da maneira que queremos. Por isso, ao menos para mim, o processo de escolha do desenho a ser tatuado é sempre demorado e os desenhos não necessariamente têm que ter um significado (isso é coisa para aquele programa de televisão piégas).
Só que uma tatuagem do Jun Matsui não é um adorno qualquer, mas sim uma obra de arte, o que a torna muito mais especial.
Traços japoneses e maoris, mas com alma pernambucana!
Até amanhã!
O trabalho e a preguiça me impediam.
Mas aí lembrei de uma concersa que tive com um amigo e com meu irmão ontem sobre tatuagem, e me ocorreu de procurar alguma coisa sobre a próxima pessoa que deixarei riscar minha pele.
Vejo a tatuagem como uma customização do corpo. Afinal de contas, não pedimos para nascer com o corpo que temos e, portanto, nada nos impede do o adornarmos da maneira que queremos. Por isso, ao menos para mim, o processo de escolha do desenho a ser tatuado é sempre demorado e os desenhos não necessariamente têm que ter um significado (isso é coisa para aquele programa de televisão piégas).
Só que uma tatuagem do Jun Matsui não é um adorno qualquer, mas sim uma obra de arte, o que a torna muito mais especial.
Traços japoneses e maoris, mas com alma pernambucana!
Até amanhã!
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
E por falar em Japão...
Outro dia assisti ao filme Global Metal na TV a cabo. Trata-se de um documentário feito por um canadense sobre as cenas de Heavy Metal em países não tão óbvios, como China, Israel e Indonésia.
Bom, não ouvia Heavy Metal fazia uns 20 anos, mas achei curioso e segui vendo o filme.
O filme explora outros mercados não tão exóticos, como Brasil (Sepultura) e Japão.
E foi justamente no Japão que vi uma das coisas mais curiosas. O guitarrista Marty Friedman, ex Megadeth, e que hoje vive no Japão, quando entrevistado, falou sobre um movimento musical chamado Visual Kei, movimento musical que traz bandas que fazem um som super rápido e pesado, misturado com algumas baladas, e com um visual tão "montado", que faria os caras do Poison ficarem com vergonha.
Pesquisei um pouco e vi que esse movimento foi muito intenso no Japão do final dos anos 80 ao final dos 90, e por volta de 2007 retornou com força.
Um detalhe, aparentemente quem curte esse tipo de som não ouve bandas de metal internacionais.
Vejam dois exemplos de bandas:
O Japão é isso! Um lugar onde se consome música e cultura pop avidamente, com lugar para todos os estilos, tribos, gêneros, etc. E esse post, bem, definitivamente não é sobre música, e sim sobre antropologia, curiosidade, cultura pop, etc.
Bom, não ouvia Heavy Metal fazia uns 20 anos, mas achei curioso e segui vendo o filme.
O filme explora outros mercados não tão exóticos, como Brasil (Sepultura) e Japão.
E foi justamente no Japão que vi uma das coisas mais curiosas. O guitarrista Marty Friedman, ex Megadeth, e que hoje vive no Japão, quando entrevistado, falou sobre um movimento musical chamado Visual Kei, movimento musical que traz bandas que fazem um som super rápido e pesado, misturado com algumas baladas, e com um visual tão "montado", que faria os caras do Poison ficarem com vergonha.
Pesquisei um pouco e vi que esse movimento foi muito intenso no Japão do final dos anos 80 ao final dos 90, e por volta de 2007 retornou com força.
Um detalhe, aparentemente quem curte esse tipo de som não ouve bandas de metal internacionais.
Vejam dois exemplos de bandas:
O Japão é isso! Um lugar onde se consome música e cultura pop avidamente, com lugar para todos os estilos, tribos, gêneros, etc. E esse post, bem, definitivamente não é sobre música, e sim sobre antropologia, curiosidade, cultura pop, etc.
Japan Pop Show
Apesar de ter uma cultura milenar e interessantíssima, o Japão, ou melhor, os japoneses, são célebres em consumir e regurgitar cultura pop ocidental.
Aqui algumas homenagens engraçadas a esse traço da cultura nipônica:
Esse vídeo do Oasis traz uma banda fictícia formada por japoneses
Esse vídeo dos The Bees também é muito bacana:
Aqui algumas homenagens engraçadas a esse traço da cultura nipônica:
Esse vídeo do Oasis traz uma banda fictícia formada por japoneses
Oasis - Acquiesce from nevercanused on Vimeo.
Puta música!!! E a marra dos irmãos "Garagher"Esse vídeo dos The Bees também é muito bacana:
Especial de quarta
Mais um vídeo sobre a relação do homem com o consumo de música.
Esses vídeos são da loja Amoeba, na California. Já postei alguns antes, com o Frodo (Elijah Wood) e o Mos Def. Toda vez que alguém "famoso" vai até a loja, é convidado a mostrar os discos/filmes que está comprando.
Hoje é dia do Krist Novoselic, baixista de uma tal Nirvana!
Esses vídeos são da loja Amoeba, na California. Já postei alguns antes, com o Frodo (Elijah Wood) e o Mos Def. Toda vez que alguém "famoso" vai até a loja, é convidado a mostrar os discos/filmes que está comprando.
Hoje é dia do Krist Novoselic, baixista de uma tal Nirvana!
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
E por falar em reedição de luxo...
Os Stones lançaram até hoje diversos discos ao vivo, a maioria de qualidade duvidosa.
Se você quiser/tiver que ter um, este é o disco.
Essa edição está devidamente incorporada na minha discoteca.
Se você quiser/tiver que ter um, este é o disco.
Essa edição está devidamente incorporada na minha discoteca.
Um final de semana no Inferno com os Rolling Stones!
Para encerrar, ao menos por ora, o capítulo Rolling Stones aqui no blog.
Nesse último final de semana emendei a leitura da autobiografia de Keith Richards com a do livro Exile On Main Street – uma temporada no inferno com os Rolling Stones.
O livro, escrito por Robert Greenfield, ex-editor da Revista Rolling Stone nos anos 70, trata da gravação do clássico álbum Exile On Main Street. Não exatamente em termos musicais, a obra traz, em detalhes, o clima tenebroso da gravação do disco e seus desdobramentos.
A grande equação apresentada pelo livro é: como um disco tão fantástico pode ter sido parido de um período tão caótico?!
Só para contextualizar, no início da década de 70 os Stones estavam com problemas com o fisco inglês e, para fugir de taxas que chegavam a 98% dos lucros, se mudaram para o Sul da França. Durante oito meses a banda tenta gravar um álbum no porão da mansão alugada por Keith Richards, e, como só acontece com os Stones, as histórias mais escabrosas acontecem durante o período (consumo industrial de drogas pesadas, casamentos, traições, assaltos, prisões, etc.).
Quanto ao disco, é tido por muitos como a grande obra dos Stones. Um álbum duplo, recheado de canções de estilos variados – blues, country, gospel – e com uma pegada instrumental matadora, embora não traga nenhum mega hit da discografia da banda.
Não sei dizer exatamente se é o melhor álbum do grupo, mas sem dúvida é o último GRANDE disco dos Stones, fechando uma sequência absurdamente clássica de discos, iniciada em 68 com Beggars Banquet e que contou ainda com Let It Bleed, Sticky Fingers e o próprio Exile (essa, na minha modesta opinião, é a discografia básica e obrigatória dos Rolling Stones, que pode ser complementada com a coletânea de singles gravados e editados pelo selo London e pelos excelentes discos Their Satanic Majesties Request e Some Girls). Não por acaso, essa fase, à exceção de Beggars Banquet, traz o guitarrista Mick Taylor, que substituiu Brian Jones.
O ano passado trouxe diversas homenagens aos 40 anos de Exile On Main Street, com a edição do livro ora comentado, o lançamento do documentário (apenas mediano) Stones In Exile, o relançamento em grande estilo do álbum e, por fim, o lançamento oficial do filme Ladies And Gentlemen.
Sobre Ladies And Gentlemen, trata-se da gravação de alguns shows realizados no Texas durante a turnê de divulgação de Exile. O filme teve, no final da década de 70, uma curta carreira nos cinemas e se tornou, posteriormente, em um dos mais cultuados vídeos piratas dos Stones. A gravação em si não é das melhores, ao deixar de lado a platéia e se concentrar em demasia em Mick Jagger. De qualquer forma, a banda estava tinindo e o tratamento de imagem e som valem a pena.
É isso aí, não deixem de conferir.
Nesse último final de semana emendei a leitura da autobiografia de Keith Richards com a do livro Exile On Main Street – uma temporada no inferno com os Rolling Stones.
O livro, escrito por Robert Greenfield, ex-editor da Revista Rolling Stone nos anos 70, trata da gravação do clássico álbum Exile On Main Street. Não exatamente em termos musicais, a obra traz, em detalhes, o clima tenebroso da gravação do disco e seus desdobramentos.
A grande equação apresentada pelo livro é: como um disco tão fantástico pode ter sido parido de um período tão caótico?!
Só para contextualizar, no início da década de 70 os Stones estavam com problemas com o fisco inglês e, para fugir de taxas que chegavam a 98% dos lucros, se mudaram para o Sul da França. Durante oito meses a banda tenta gravar um álbum no porão da mansão alugada por Keith Richards, e, como só acontece com os Stones, as histórias mais escabrosas acontecem durante o período (consumo industrial de drogas pesadas, casamentos, traições, assaltos, prisões, etc.).
Quanto ao disco, é tido por muitos como a grande obra dos Stones. Um álbum duplo, recheado de canções de estilos variados – blues, country, gospel – e com uma pegada instrumental matadora, embora não traga nenhum mega hit da discografia da banda.
Não sei dizer exatamente se é o melhor álbum do grupo, mas sem dúvida é o último GRANDE disco dos Stones, fechando uma sequência absurdamente clássica de discos, iniciada em 68 com Beggars Banquet e que contou ainda com Let It Bleed, Sticky Fingers e o próprio Exile (essa, na minha modesta opinião, é a discografia básica e obrigatória dos Rolling Stones, que pode ser complementada com a coletânea de singles gravados e editados pelo selo London e pelos excelentes discos Their Satanic Majesties Request e Some Girls). Não por acaso, essa fase, à exceção de Beggars Banquet, traz o guitarrista Mick Taylor, que substituiu Brian Jones.
O ano passado trouxe diversas homenagens aos 40 anos de Exile On Main Street, com a edição do livro ora comentado, o lançamento do documentário (apenas mediano) Stones In Exile, o relançamento em grande estilo do álbum e, por fim, o lançamento oficial do filme Ladies And Gentlemen.
Sobre Ladies And Gentlemen, trata-se da gravação de alguns shows realizados no Texas durante a turnê de divulgação de Exile. O filme teve, no final da década de 70, uma curta carreira nos cinemas e se tornou, posteriormente, em um dos mais cultuados vídeos piratas dos Stones. A gravação em si não é das melhores, ao deixar de lado a platéia e se concentrar em demasia em Mick Jagger. De qualquer forma, a banda estava tinindo e o tratamento de imagem e som valem a pena.
É isso aí, não deixem de conferir.
Momento Jarmush
Toda terça, um vídeo sobre o universo fantástico do diretor de cinema americano Jim Jarmusch, que é uma espécie de padrinho deste blog.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
E por falar em Keef ... 2!!!
E essa treta com o Chuck Berry? Detalhe, Berry é o grande ídolo de Richards!
Anos 90!
Izzy Stradlin, ex-guitarrista dos Guns and Roses em carreira solo, numa pegada totalmente stoniana!
Ou seria uma pegada richardiana?
Ou seria uma pegada richardiana?
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Disco Inferno!!!
O ano era 1969, e os Stones viviam uma verdadeira montanha russa de emoções. Brian Jones, co-fundador da banda, após ter a mulher, Anita Pellemberg, “roubada” pelo amigo Keith Richards, é demitido da banda por conta, vejam só, do abuso de drogas e do temperamento inconstante.
Apenas três meses após a demissão, Brian é encontrado morto na piscina de sua casa, em mais um evento maluco na história trágica do rock and roll.
A morte de Brian até hoje causa polêmica, pois uma nova versão teria surgido quando o caseiro, em seu leito de morte, teria confessado o assassinato (essa versão, aliás, foi transportada para a telona no filme Stoned).
Apenas alguns dias após a morte de Brian, os Stones fazem um show gratuito no Hyde Park, e o que deveria ser a apresentação do novo guitarrista – o excelente, mas introvertido, Mick Taylor – se tornou uma bela homenagem a Brian, também documentada em vídeo e disponível em DVD(Stones in the Park).
Os Stones então embarcam para uma turnê bem sucedida pelos EUA, com shows de abertura de BB King e Ike e Tina Turner.
A banda nunca esteve tão afiada!
Já no final da turnê passam clandestinamente por um obscuro estúdio no interior dos EUA (por serem ingleses, tinham dificuldades para gravar por conta de questões sindicais) e gravam, em apenas três dias (!!!) os clássicos absolutos Brown Sugar e Hild Horses.
Aqui a banda ouvindo as gravações:
Dali, rumam para São Francisco, onde tocariam em um festival organizado pelos próprios, mas que por uma série de impedimentos e questões legais de última hora, passa a ser sediado em um autódromo afastado, o famigerado Altamont Speedway Racer!
Imaginem mais de 500 mil pessoas totalmente drogadas em um lugar sem qualquer infra-estrutura, calor arrebatador de dia e frio insuportável à noite (opa, isso lembra algum evento ocorrido recentemente no Brasil?!!!).
A segurança ficou por conta dos Hells Angels, que colocaram suas motos como “grade de proteção” entre o palco e o público, e passaram a espancar qualquer um que enconstasse nas bikes.
Bom, a história é conhecida, mas não precisa nem dizer o tamanho da merda!
Após vários tumultos durante os shows, com os Angels socando até mesmo membros das bandas, e várias interrupções nas músicas dos Stones, quando esses tocavam Under My Thumb (coincidência mórbida!), um jovem negro chamado Meredith Hunter, que sacara uma arma no meio da confusão é morto a facadas pelos Hells Angels.
Os Stones só ficaram sabendo de tal fato no dia seguinte, e deixaram o autódromo naquela noite totalmente apavorados em um helicóptero abarrotado.
Por sorte, todos esses eventos, da turnê americana ao assassinato de Hunter, foram documentados por uma equipe que filmava tudo para os Stones, o que acabou se tornando um dos maiores filmes da história do rock and roll, Gimme Shelter.
Aqui, algumas cenas do filme que dão uma boa idéia do caos absoluto. Prestem atenção na proximidade do palco com o público, e também na carinha de "feliz" do Mick Jagger:
Aqui a música durante cuja execução houve o assassinato. O groove é absurdo. Vejam a bad trip do hell angel que está no palco:
Para muitos, tratou-se do final da era da inocência hippie, e o início das sombras que viriam a partir de então.
Definitivamente, os Stones são foda!!!
Apenas três meses após a demissão, Brian é encontrado morto na piscina de sua casa, em mais um evento maluco na história trágica do rock and roll.
A morte de Brian até hoje causa polêmica, pois uma nova versão teria surgido quando o caseiro, em seu leito de morte, teria confessado o assassinato (essa versão, aliás, foi transportada para a telona no filme Stoned).
Apenas alguns dias após a morte de Brian, os Stones fazem um show gratuito no Hyde Park, e o que deveria ser a apresentação do novo guitarrista – o excelente, mas introvertido, Mick Taylor – se tornou uma bela homenagem a Brian, também documentada em vídeo e disponível em DVD(Stones in the Park).
Os Stones então embarcam para uma turnê bem sucedida pelos EUA, com shows de abertura de BB King e Ike e Tina Turner.
A banda nunca esteve tão afiada!
Já no final da turnê passam clandestinamente por um obscuro estúdio no interior dos EUA (por serem ingleses, tinham dificuldades para gravar por conta de questões sindicais) e gravam, em apenas três dias (!!!) os clássicos absolutos Brown Sugar e Hild Horses.
Aqui a banda ouvindo as gravações:
Dali, rumam para São Francisco, onde tocariam em um festival organizado pelos próprios, mas que por uma série de impedimentos e questões legais de última hora, passa a ser sediado em um autódromo afastado, o famigerado Altamont Speedway Racer!
Imaginem mais de 500 mil pessoas totalmente drogadas em um lugar sem qualquer infra-estrutura, calor arrebatador de dia e frio insuportável à noite (opa, isso lembra algum evento ocorrido recentemente no Brasil?!!!).
A segurança ficou por conta dos Hells Angels, que colocaram suas motos como “grade de proteção” entre o palco e o público, e passaram a espancar qualquer um que enconstasse nas bikes.
Bom, a história é conhecida, mas não precisa nem dizer o tamanho da merda!
Após vários tumultos durante os shows, com os Angels socando até mesmo membros das bandas, e várias interrupções nas músicas dos Stones, quando esses tocavam Under My Thumb (coincidência mórbida!), um jovem negro chamado Meredith Hunter, que sacara uma arma no meio da confusão é morto a facadas pelos Hells Angels.
Os Stones só ficaram sabendo de tal fato no dia seguinte, e deixaram o autódromo naquela noite totalmente apavorados em um helicóptero abarrotado.
Por sorte, todos esses eventos, da turnê americana ao assassinato de Hunter, foram documentados por uma equipe que filmava tudo para os Stones, o que acabou se tornando um dos maiores filmes da história do rock and roll, Gimme Shelter.
Aqui, algumas cenas do filme que dão uma boa idéia do caos absoluto. Prestem atenção na proximidade do palco com o público, e também na carinha de "feliz" do Mick Jagger:
Aqui a música durante cuja execução houve o assassinato. O groove é absurdo. Vejam a bad trip do hell angel que está no palco:
Para muitos, tratou-se do final da era da inocência hippie, e o início das sombras que viriam a partir de então.
Definitivamente, os Stones são foda!!!
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Especial de quarta
De volta ao especial de quarta, dessa vez com Mr. Mos Def comprando CDs na loja Amoeba, em LA.
E não é que a sacola do cara tinha música brasileira da melhor qualidade!!!
E não é que a sacola do cara tinha música brasileira da melhor qualidade!!!
E por falar em Keef...
Este é Keith Richards:
Botando para f... na turnê de 1972
Solo
Stoned
Delicado
Uma homenagem ao amigo e parceiro Gram Parsons
E na retomada dos Stones em 89
Acima de tudo, um cara que ama a música, a sua banda e tido como o branco mais preto que já existiu!!!
Botando para f... na turnê de 1972
Solo
Stoned
Delicado
Uma homenagem ao amigo e parceiro Gram Parsons
E na retomada dos Stones em 89
Acima de tudo, um cara que ama a música, a sua banda e tido como o branco mais preto que já existiu!!!
Literatura
Há algum tempo quero escrever sobre literatura aqui no blog.
É claro que não tenho qualquer conhecimento técnico sobre o assunto, e a idéia não é ficar pagando de intelectual (algo que não sou) por aqui. Portanto, sempre que escrever sobre literatura, será sobre literatura pop, ou sei lá o que isso queira dizer.
Tudo isso para dizer que passei a semana de férias devorando a autobiografia do Keith Richards, razoável catatau de seiscentas e tantas páginas!
Achei o livro muito bem escrito. A narrativa flui bem e são muito poucos os momentos maçantes. Mesmo passagens como uma explicação sobre afinação de guitarra - um pouco extensa e complicada para leigos - e uma receita de banggers and mash (prato típico da culinária inglesa) são interessantes.
Antes da mais nada é preciso dizer que gosto muito dos Stones, e Keef é meu membro preferido na banda, além de uma espécie de totem (não exatamente um modelo de vida, mas um símbolo), o que só foi confirmado pela leitura do livro.
Bom, não dá para adiantar muito sobre a obra, não é essa a função, mas destaco aqui os pontos que mais despertaram meu interesse:
1) A história dos próprios Stones que, como não poderia deixar de ser, é também contada no livro;
2) A relação de Richards com as drogas, afinal de contas, trata-se do maior junkie de todos, o sobrevivente. Pode-se até dizer que o livro funciona como um manual de sobrevivência às drogas pesadas – heroína principalmente -.
3) A relação de amor e ódio entre Richards e Jagger. É claro que toda autobiografia é “chapa branca” e deve ser lida com o devido cuidado, mas Richards não se exime de falar sobre suas merdas e nem de dar os méritos devidos ao seu parceiro eterno.
Sem querer estragar algo, mas uma passagem hilária do livro dá conta de uma vez que Jagger ligou para Charlie Watts (o baterista, para quem não sabe) no meio da madrugada perguntando onde estava o “meu baterista”. Richards conta que passados alguns minutos Watts apareceu no quarto de hotel onde os outros dois estavam, trajado com sua costumeira elegância, e deu no vocalista um verdadeiro “soco de baterista” que quase jogou Jagger pela janela afora para dentro de um canal de Amsterdã.
A única crítica que faço é com a tradução para o português, que careceu de uma revisão por alguém afeito ao universo dos Rolling Stones, e que por isso peca com relação a algumas informações, como a de chamar Meredith Hunter – o cara assassinado pelos Hells Angels no famoso show de Altamont – de “ela”. Ainda assim, não chega a atrapalhar a leitura.
Leitura altamente recomendada, e que já me fez emendar outro livro sobre os Stones na sequência, Exile On Main Street – uma temporada no Inferno com os Rolling Stones, sobre o qual escreverei em breve.
É claro que não tenho qualquer conhecimento técnico sobre o assunto, e a idéia não é ficar pagando de intelectual (algo que não sou) por aqui. Portanto, sempre que escrever sobre literatura, será sobre literatura pop, ou sei lá o que isso queira dizer.
Tudo isso para dizer que passei a semana de férias devorando a autobiografia do Keith Richards, razoável catatau de seiscentas e tantas páginas!
Achei o livro muito bem escrito. A narrativa flui bem e são muito poucos os momentos maçantes. Mesmo passagens como uma explicação sobre afinação de guitarra - um pouco extensa e complicada para leigos - e uma receita de banggers and mash (prato típico da culinária inglesa) são interessantes.
Antes da mais nada é preciso dizer que gosto muito dos Stones, e Keef é meu membro preferido na banda, além de uma espécie de totem (não exatamente um modelo de vida, mas um símbolo), o que só foi confirmado pela leitura do livro.
Bom, não dá para adiantar muito sobre a obra, não é essa a função, mas destaco aqui os pontos que mais despertaram meu interesse:
1) A história dos próprios Stones que, como não poderia deixar de ser, é também contada no livro;
2) A relação de Richards com as drogas, afinal de contas, trata-se do maior junkie de todos, o sobrevivente. Pode-se até dizer que o livro funciona como um manual de sobrevivência às drogas pesadas – heroína principalmente -.
3) A relação de amor e ódio entre Richards e Jagger. É claro que toda autobiografia é “chapa branca” e deve ser lida com o devido cuidado, mas Richards não se exime de falar sobre suas merdas e nem de dar os méritos devidos ao seu parceiro eterno.
Sem querer estragar algo, mas uma passagem hilária do livro dá conta de uma vez que Jagger ligou para Charlie Watts (o baterista, para quem não sabe) no meio da madrugada perguntando onde estava o “meu baterista”. Richards conta que passados alguns minutos Watts apareceu no quarto de hotel onde os outros dois estavam, trajado com sua costumeira elegância, e deu no vocalista um verdadeiro “soco de baterista” que quase jogou Jagger pela janela afora para dentro de um canal de Amsterdã.
A única crítica que faço é com a tradução para o português, que careceu de uma revisão por alguém afeito ao universo dos Rolling Stones, e que por isso peca com relação a algumas informações, como a de chamar Meredith Hunter – o cara assassinado pelos Hells Angels no famoso show de Altamont – de “ela”. Ainda assim, não chega a atrapalhar a leitura.
Leitura altamente recomendada, e que já me fez emendar outro livro sobre os Stones na sequência, Exile On Main Street – uma temporada no Inferno com os Rolling Stones, sobre o qual escreverei em breve.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Que figura!!!
Vejam só esse moleque!!!
Tem só 14 anos e sai pelo youtube disparando resenhas de discos!
Cheguei nisso via Trabalho Sujo, e, como bem observa o Alexandre Matias, o pivete manda melhor que muitos - quase todos - os críticos de música do Brasil.
E ele ainda mandou uma resenha do disco novo do Gorillaz, aquele divulgado no site oficial no dia de Natal, gravado inteiramente em um ipad:
Tem só 14 anos e sai pelo youtube disparando resenhas de discos!
Cheguei nisso via Trabalho Sujo, e, como bem observa o Alexandre Matias, o pivete manda melhor que muitos - quase todos - os críticos de música do Brasil.
E ele ainda mandou uma resenha do disco novo do Gorillaz, aquele divulgado no site oficial no dia de Natal, gravado inteiramente em um ipad:
E por falar em Broken Flowers...
Trilha sonora do mestre etíope Mulatu Astatke:
E tem também essa pérola dos Greenhornes, com vocais de Holly Golightly:
E tem também essa pérola dos Greenhornes, com vocais de Holly Golightly:
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Assinar:
Postagens (Atom)